Antes mesmo de completar 30
dias do novo mandato da Presidente Dilma já temos indícios claros de que este será
totalmente diferente do anterior. A tão badalada “nova matriz econômica” de
Guido Mantega ficou velha e já foi sepultada. Esta estratégia se baseava na combinação
de juro baixo, taxa de câmbio competitiva e a consolidação fiscal.
Claro que mudanças deveriam
ocorrer, pois a economia brasileira sofreu muito nos últimos quatro anos e
vários indicadores se deterioraram. Entretanto a “finada” estratégia econômica
do governo não disse a que e para que veio. Os juros não impulsionaram o
crescimento, a moeda brasileira apreciada causou problemas competitivos para
nossos exportadores e expôs nossa indústria aos produtos importados e as políticas
fiscais anticíclicas não reduziram a relação dívida/PIB. Um verdadeiro
desastre.
Voltamos ao tripé
macroeconômico, implantado no governo de Fernando Henrique Cardoso, baseado em meta
de inflação com autonomia do Banco Central para persegui-la, câmbio flutuante e
responsabilidade fiscal.
Esse começo de segundo
mandato está sendo muito “duro” nas medidas de política econômica e,
infelizmente, quem vai sofrer mais com elas é quem produz: os assalariados e as
empresas de pequeno e médio portes.
As medidas podem até
desacelerar a inflação, porém também irão desacelerar o crescimento da economia
e aumentar a relação dívida/PIB. Mas se for conduzida com responsabilidade
poderemos ter um ano de 2016 com a retomada da melhoria dos indicadores econômicos.
De acordo com o “Relatório
de Mercado” divulgado pelo Banco Central as expectativas de mercado refletem
essa retomada. Segundo o relatório, em 2015, a inflação deverá ser de 6,67%, o
crescimento do PIB será irrisório 0,38% e a dívida líquida do setor público baterá
o equivalente a 37% do PIB. Para 2016 espera-se que a inflação reduza para
5,70%, que o PIB cresça 1,80% e que a relação dívida/PIB aumente para 37,4%.
Não deixa de ser uma “leve”
melhora. Mas vai depender muito da liberdade que a equipe econômica tiver para
implementar as medidas necessárias.
Temos que torcem para
que a “Toda Poderosa” não queira assumir as decisões econômicas e venha a “meter
os pés pelas mãos”, de novo.
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