domingo, 4 de agosto de 2019

Economia em desalinho


Desde o ano de 2016 a economia brasileira vem convivendo com taxas de desemprego de dois dígitos e em fevereiro daquele ano esta taxa atingiu 10,2%. De lá para cá as coisas não melhoraram e o desemprego chegou a atingir 13,7% em março de 2017. Nesta semana o IBGE divulgou a taxa de desocupação referente ao trimestre encerrado em junho: 12,0%.

Não há motivos para comemorar, pois esta taxa está, praticamente, o dobro do que seria tolerável: em dezembro de 2013 a taxa de desocupação estava em 6,2%.

Os sinais de melhoras estão começando a aparecer de forma tímida e a recuperação será muito lenta. Uma taxa de desemprego de 12,0% representa que temos cerca de 12,8 milhões de pessoas desempregadas. Neste conceito estatístico entram somente as pessoas que se encontram desempregadas e que estão procurando emprego.

Quando a pesquisa amplia os conceitos ela chega à população subutilizada que é composta pelos desocupados, pelos subocupados e pela força de trabalho potencial. Os subocupados são aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana e que gostariam de trabalhar mais. Já a força de trabalho potencial é formada por pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram ou procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar no momento da pesquisa.

Com este conceito nossa economia apresenta 28,4 milhões de pessoas subutilizadas, sendo 12,8 milhões de pessoas desempregadas, 7,3 milhões de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e 8,3 milhões de pessoas na força de trabalho potencial. Desta última 4,9 milhões de pessoas estão em desalento, ou seja, se encontram desempregadas e não estão procurando emprego pelo fato de estarem desanimadas ou abatidas.

A situação econômica do país é grave e está demorando muito para as autoridades tomarem medidas para tentar reverter a situação. Embora o governo atual tenha assumido em janeiro e que deva ter feito seu plano de governo em setembro do ano passado para participar das eleições, os problemas econômicos e sociais são contínuos e não podem ser tratados nas perspectivas dos mandatos eleitorais.

Os números da economia não são bons: a produção industrial caiu 0,6% em junho de 2019 e já acumula uma queda de 1,6% no ano. As expectativas são de que a produção industrial encerre o ano com um crescimento próximo de 0,5%. Este indicador é importante porque demonstra a dinâmica da produção nacional considerando os pedidos que os setores de atacado e varejo colocam para produção na indústria. Com efeito, a expectativa de crescimento da economia é inferior a 1%. Muito baixa.

A retomada do crescimento do PIB está ocorrendo num ritmo muito lento e, com isto, a geração de emprego também está lenta. Em junho deste ano foram gerados 48,4 mil empregos líquidos, resultando num acumulado no ano de 408,5 mil novos empregos líquidos. Em junho de 2010 nossa economia gerou 213,0 mil novos empregos e, de janeiro a junho daquele ano, foram 1.473,3 mil novos empregos. Isto demonstra a letargia que nossos governantes estão tendo com os problemas econômicos.

A situação do desemprego no estado do Paraná e em nossa região não está diferente e, dentre os 399 municípios do estado, Apucarana está entre os 40 municípios que mais fecharam postos de trabalho. As nossas autoridades devem parar de pensar em seus próprios umbigos e começar a buscar alternativas para amenizar o sofrimento da população com o forte desemprego que assola nosso país. Mas se nada fizerem nós podemos fazer: teremos eleições no próximo ano e poderemos mudar os nossos representantes.



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