quarta-feira, 5 de agosto de 2020

O problema local do desemprego

Uma das maiores preocupações econômicas que as pessoas possuem é com o desemprego. Estamos vivenciando um período de crise econômica causada por uma pandemia mundial. Com esta crise o país já fechou mais de 1,19 milhão de empregos formais. Novos desempregados que se somam aos mais de doze milhões que eram contados no final do ano passado.

E a tendência é de o desemprego aumentar nos próximos meses. Com isto os danos para as famílias brasileiras serão muito grandes. Neste momento as cobranças se voltam para o governo federal, que é responsável pela elaboração e implementação de políticas econômicas para combater a crise com a retomada do crescimento econômico.

E é isto mesmo que acontece: o governo federal é que tem que tomar as medidas emergenciais para buscar soluções para o desemprego. Situação confortável para governadores e prefeitos, pois eles podem construir narrativas tentando colar toda a responsabilidade no governo federal.

Mas se isolarmos os eventos recentes que abalaram o mercado de trabalho brasileiro e fizermos uma análise dos últimos três e sete anos, onde governos estaduais e municipais podiam ter construído políticas públicas para a geração de emprego e renda, identificaremos que estes agentes políticos também devem compartilhar responsabilidades com o governo federal acerca do nível de emprego e de desemprego.

Em 2013 nossos país possui 48,9 milhões de trabalhadores empregados no mercado formal. Já em 2016 o volume de trabalhadores formais caiu para 46,0 milhões. Um aumento estrondoso no desemprego. Em 2019 passou para 47,3 milhões. No Paraná, neste mesmo período o mercado formal de emprego ficou estável em 3,1 milhões de empregados.

Já numa análise da nossa microrregião, que engloba nove municípios, podemos verificar que as coisas não caminharam tão bem assim. Em 2013 a microrregião de Apucarana possui 90,0 mil empregos formais que foi reduzido a 85,5 mil em dezembro de 2019. Foram 4.509 postos de trabalho fechados. Milhares de famílias empobreceram pela queda na renda.

Nos primeiros seis meses do ano tivemos o fechamento de 1.609 postos de trabalho, mas estes foram por causa da crise econômica causada pela pandemia do coronavírus. Mas e os empregos perdidos nos últimos sete anos?

No estado do Paraná o emprego formal ficou estável no período de 2013 a 2019, mas ocorreram oscilações nas diversas regiões que dependeram da dinâmica dos setores econômicos, mas também dependeram das ações de nossos agentes políticos em atrair empresas, capacitar a mão-de-obra, de melhorar a oferta de serviços de saúde e da melhora da qualidade do sistema educacional.

Não quer dizer que isto não tenha ocorrido em todos os municípios, mas naqueles em que o desemprego foi mais vigoroso os questionamentos devem ser feitos, sim. Na análise dos últimos três anos temos que o cenário do emprego melhorou na região com a criação de 2.828 postos de trabalho, porém no agregado dos últimos sete anos os nossos agentes políticos estão devendo empregos para a população. 

Tem muitas pessoas, principalmente os apaniguados de plantão, que irão falar que prefeitos e governadores não conseguem gerar empregos. Diretamente, é claro que não, mas com políticas públicas específicas de atração de empresas e de capacitação profissional é possível garantir os empregos. Se não com a abertura de novas empresas, pelo menos com a manutenção das existentes. O desemprego está aumentando na região não somente por causa da pandemia e isto deve ser discutido e cobrado de nossos agentes políticos.

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