domingo, 16 de dezembro de 2018

Ainda dá tempo

Nosso país está terminando o ano de 2018 numa situação bem melhor do que o iniciou. O novo governo irá receber um país em fase de restabelecimento, porém, ainda deverá ter muita serenidade, competência e bom senso para fazer a gestão econômica nos próximos anos para colocar o Brasil em condições idênticas às dos países do mesmo porte e para garantir a qualidade de vida que os brasileiros merecem.

Em pesquisa recente foi demonstrado que, para 75% dos brasileiros, o Presidente eleito e sua equipe estão no caminho certo, o que lhes garante suporte popular para efetuar as mudanças necessárias.

Nosso país precisa de muitas mudanças para melhorar a qualidade de vida da população e o princípio de tudo é uma revisão geral dos conceitos e práticas que envolvem a administração pública. Desde a produtividade do serviço público até a qualidade dos gastos, passando pelos exageros de despesas e benefícios concedidos bem como pelo gigantismo da cadeia de decisões tudo tem que ser revisado. Não dá para o país se destacar como uma das principais economias do planeta com o atual formato e comportamento da administração pública.

Uma boa parte dos Estados e o Governo Federal estão fechando suas finanças no vermelho. Os que conseguirão deixar as finanças equilibradas deixarão muito pouco de recursos financeiros para os novos governantes que chegam com muitos compromissos políticos e com uma cobrança gigantesca por parte da população.

Isto tem reflexos no nível de investimento público no Brasil que deveria garantir a infraestrutura social e econômica necessárias para que as pessoas tenham uma melhora na qualidade de vida e para que os agentes econômicos possam garantir um aumento no nível da atividade econômica.

Recentemente o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou o relatório intitulado “Avaliação da Gestão do investimento Público”, e indicou que o nível de investimento público no Brasil é muito baixo se comparado com os países integrantes dos BRICS e os vizinhos da América Latina: a média dos últimos vinte e cinco anos ficou em 2,1% do PIB. Também apresentou que a diferença de eficiência do investimento público no Brasil em relação aos países mais eficientes é de 39% e para os países da América Latina é de 29%.

O relatório também indicou que as áreas de priorização estratégica dos investimentos e avaliação e seleção de projetos são as que apresentam deficiências mais significativas. E isto é muito fácil de explicar quando vemos recursos públicos sendo utilizados para construção de portais suntuosos de entrada em municípios pelo país afora ao invés dos recursos serem aproveitados em áreas que possam aumentar a competitividade das empresas brasileiras ou para melhorar, diretamente, a qualidade de vida da população.

Na avaliação da fase de planejamento dos investimentos 80% dos itens foram considerados de baixa eficiência e 20% de média eficiência. O mesmo acontece na fase da implementação dos projetos de investimentos públicos. Isto demanda uma alta prioridade de reformas dos procedimentos.

O Presidente e os governadores eleitos irão assumir seus mandatos com os indicadores econômicos melhores, porém com um nível de exigência da sociedade muito maior, o que irá demandar deles e de suas respectivas equipes muita competência e produtividade. O mesmo deveria ser seguido pelos prefeitos. Ou os critérios de indicações de assessores passam a utilizar a competência ao invés de afinidades políticas ou continuaremos desperdiçando recursos com projetos mal concebidos e mal executados. Ainda dá tempo de reverter a situação. Ainda não chegamos ao fundo do poço.

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