É verdade que a média salarial dos servidores públicos é superior à média nacional. Mas isso não significa que todos estão em condições privilegiadas, a grande maioria recebe salários compatíveis com a realidade do país, especialmente em setores como saúde, educação e segurança. A ideia de que seja uma “elite” está longe de ser uma verdade para todos os servidores.
Infelizmente, parte dessa imagem negativa que a sociedade tem é alimentada por uma minoria de servidores que não honram seus compromissos. Esses são aqueles que, ao ocupar seus cargos, esquecem a verdadeira essência do serviço público: servir. São servidores que tratam o cidadão com descaso, que atendem sem empatia ou que se escondem atrás de burocracias para não resolver problemas. Por exemplo, quem já precisou de um atendimento público pode ter se deparado com o servidor que parece pensar que está fazendo um favor ao realizar suas funções, ou aquele que é constantemente evasivo e transfere responsabilidades, deixando o cidadão sem respostas. Esses comportamentos são nocivos e acabam manchando a imagem de todo o funcionalismo público.
É fundamental entendermos que ser servidor público significa estar a serviço da população. A estabilidade não deve ser vista como uma garantia de conforto ou uma desculpa para o desleixo. Ela existe para que se possa trabalhar com autonomia, livres de pressões políticas, mas isso deve vir acompanhado de responsabilidade e dedicação. A estabilidade deveria motivar a busca continua pela melhoria do serviço prestado.
Já presenciei muitos colegas que, com orgulho e dedicação, realmente fazem jus ao título de servidor público. Eles atendem cada pessoa que chega ao seu posto de trabalho com respeito, esforçando-se para resolver problemas e oferecer soluções. Esses são os exemplos que deveriam ser seguidos e que mostram o verdadeiro valor do serviço público. Mas, para cada servidor que honra seu compromisso, há também aqueles que falham em cumprir sua missão. É preciso ter coragem de identificar e corrigir esses desvios, para garantir que apenas aqueles realmente comprometidos permaneçam na função.
Defendo que o serviço público precise, sim, de mecanismos de avaliação mais rigorosos. Avaliações periódicas e objetivas podem ajudar a identificar quem está comprometido e quem não está. Aqueles que não têm empatia pela função pública, que tratam seus cargos como um direito adquirido sem qualquer responsabilidade adicional, devem ser expurgados do serviço público. A profissão não é para aqueles que querem ser servidos, mas para aqueles que querem servir.
Como disse Confúcio: “Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos”. Os servidores públicos devem exigir o melhor de si mesmos, lembrando que estão aqui para servir, e não para serem servidos. A população merece respeito, e o serviço que é prestado deve refletir o compromisso com cada cidadão. Afinal, é pela dedicação de cada um de nós que podemos construir um serviço público mais eficiente, digno e respeitado.
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