terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Vida que segue

Passados os dias de festas e confraternizações sociais é hora de retomar a vida cotidiana. Porém não podemos nos desligar da realidade que cerca cada brasileiro e, muito menos, nos esquecer do processo eleitoral que se avizinha. A largada para a corrida eleitoral de 2018 já foi feita e os pré-candidatos aos cargos eletivos deste pleito buscam se posicionar da melhor maneira possível para conseguir convencer o eleitorado de suas qualidades.

Como sempre, muitas pessoas menos esclarecidas irão ser convencidas que alguns desses pré-candidatos são bons e votarão neles. Teremos a repetição de um fluxo circular de manutenção de um “status quo” existente há décadas: os mesmos políticos e as mesmas famílias se perpetuando no poder, sempre com a promessa de melhorar a vida da população. E o que melhorou por conta da ação direta ou indireta destes? Sem medo de errar podemos afirmar que muito pouco.

Os debates sempre ficam restritos a questões individuais e pouco se fala das grandes políticas, aquelas que realmente podem melhorar a vida dos brasileiros. O que precisamos para melhorar a vida da população? Mais emprego e melhores remunerações seria um bom começo. E o que fizeram para isto? Quais as medidas que tomaram?

Também precisamos de mais acesso à saúde de qualidade. Mas o que foi feito para isto? Acabaram as filas para as consultas especializadas? Os procedimentos necessários de média e alta complexidade estão acessíveis no tempo necessário para todos os que necessitam deles? O que os nossos políticos fizeram para melhorar isto?

Outra necessidade da população é o acesso a uma educação pública de qualidade. Todos estão satisfeitos com o que temos? Todas as crianças estão tendo acesso? Nossas crianças estão sendo adequadamente alfabetizadas e tendo o seu desenvolvimento escolar dentro dos parâmetros internacionais e seguindo as expectativas dos pais?

Mais importante ainda, quais as políticas que estão sendo discutidas, elaboradas e implementadas para manter nossas crianças na escola, evitando a evasão e garantindo o acesso aos outros níveis de escolaridade, até o superior, com a qualidade e a gratuidade que se encontra estampada na Constituição Federal?

Sem avançar em outros temas, pois emprego e renda, saúde e educação irão “pipocar” nos discursos dos candidatos do pleito de 2018, podemos refletir sobre o que queremos nestas áreas e cobrar os atuais detentores de cargos eletivos sobre o que fizeram para melhorar isto. Da mesma forma, devemos questionar os futuros candidatos sobre o que eles pretendem fazer sobre isto. Mas tudo no plano concreto, não somente em discursos, pois de saliva no vento a população já está cheia. De promessas no papel, também. Temos que começar a cobrar ações efetivas, coisas que possam ser mensuradas, que possam ser sentidas por todos.

Se não fizermos desta forma nada mudará e os nossos políticos continuarão se perpetuando no poder sem nenhuma contribuição efetiva para os que necessitam e que os elegem. 

Viramos a folhinha, nos confraternizamos com muitas pessoas, desejamos felicidades e tudo de bom nas redes sociais e em aplicativos de mensagens, estouramos champanhe, comemos muito churrasco, mas no dia seguinte será mais um dia igual aos outros. Será vida que segue. É isto que queremos para nosso país, para nosso estado e para nossa cidade? O que estamos fazendo para mudar esta realidade? Somente votando em quem faz as melhores e maiores promessas? Será muita ingenuidade manter esta condição. Se continuarmos agindo assim será a mesma vida que seguirá e nada mudará.

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