domingo, 23 de setembro de 2018

A métrica ideal

“Quem fala demais dá bom dia a cavalo”. Este é um ditado popular que é usado quando uma pessoa está falando muito. Pessoas que falam muito não escutam os outros e não dão espaços para uma discussão saudável. Passam dos limites na hora de falar. Com efeito, estas pessoas acabam não sendo correspondidas. Assim, dizem que se dá bom dia a cavalo, uma vez que o cavalo não fala e, portanto, não responde.

Algumas pessoas podem interpretar tal fato a uma arrogância velada por parte das pessoas que falam demais, ficando a impressão que somente elas sabem das coisas e os demais nada sabem.

Pois bem, tem muitas pessoas que dão bom dia a cavalo. Seja na convivência familiar, entre os amigos, na balada ou no trabalho tem sempre pessoas que querem monopolizar as atenções, que ficam falando muito e até ensinando as pessoas.

Será que este ditado não se aplica aos nossos políticos? Basta acompanhar a propaganda eleitoral gratuita que identificamos muitos candidatos que agem desta forma. Muitos falam como se fossem “professores de Deus”, ou seja, sabem tudo. E não são somente os candidatos, também tem muitos políticos eleitos e que não são candidatos neste ano que agem desta forma. É muita arrogância espalhada nos meios políticos.

O significado do ditado popular se aplica a todos os grupos sociais, sem exceções. Em todo lugar encontramos pessoas que falam demais, que sabem tudo e que não deixam brechas para os demais opinarem.

Mas será que todas as pessoas que falam demais, além de serem inconvenientes e, em alguns casos arrogantes, conseguem fazer alguma coisa de forma efetiva? Tem outro ditado popular que diz que “de boas intenções o inferno está cheio”. Este ditado retrata justamente a situação em que as pessoas fazem sugestões e emitem opiniões que podem piorar a situação em análise.

Isto ocorre com frequência, pois muitas pessoas querem falar sobre saúde, educação, segurança e até finanças públicas sem ter um mínimo de conhecimento sobre o assunto. Assistimos a situações parecidas a todo momento. Se acreditarmos em tudo que é dito na propaganda eleitoral gratuita teremos muita dificuldade para escolher nossos candidatos, pois muitos falam com propriedade e convicção sobre como que as coisas poderão melhorar se eles forem eleitos. Muita hipocrisia no mesmo espaço e tempo. Muitos deles estão somente dando bom dia a cavalo.

Se as soluções dos problemas fossem tão fáceis assim, será que teríamos problemas? Será que os políticos que passaram pelos cargos públicos já não teriam resolvido os problemas? As coisas não são bem assim. O que vêm acontecendo nos últimos anos é uma piora da situação social e econômica dos municípios, dos estados e do país justamente porque nossos políticos foram ou estão sendo irresponsáveis com a coisa pública. Não sabem o que fazer. Então, por que será que se candidatam? Pior: por que será que votamos neles?

Por isto, para fazer nossas escolhas eleitorais devemos avaliar o que os candidatos já fizeram pela sociedade e suas propostas ou plano de trabalho. Também devemos avaliar, com muita atenção, as pessoas que estão apoiando e assessorando os candidatos. Devemos avaliar o que já fizeram de bom e o que pretendem fazer, pois se o candidato for eleito eles irão assessorá-los.

Não podemos acreditar em tudo que as pessoas dizem. Temos que observar e avaliar o que elas fazem. Devemos medir as pessoas pelo que elas fazem e não pelo que elas falam, pois, falar até papagaio fala. O que precisamos não é de conversa, mas sim de ação. Por isto, temos e devemos questionar os políticos e eles devem ouvir e acatar o que a sociedade indicar. Simples assim.

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