domingo, 7 de outubro de 2018

A arma


Navegando pela internet me deparei com uma foto da campanha presidencial de Juscelino Kubitschek do ano de 1955 onde alguns partidários seus sustentavam um cartaz com a inscrição: “o voto é a arma do povo”. Outra imagem interessante encontrada é a da campanha presidencial de 2014 que apresentava uma faixa com a inscrição: “não vamos desistir do Brasil”.

Muitas outras imagens podem ser encontradas na internet, porém as que mais me despertaram a atenção são as fotos da campanha presidencial de Jânio Quadros, do ano de 1960, quando os eleitores apoiadores de sua candidatura sempre apareciam com uma vassoura nas mãos, fazendo alusão ao jingle de campanha do candidato. A música dizia: “varre, varre, vassourinha! Varre, varre a bandalheira! Que o povo já está cansado de viver dessa maneira”. Jânio prometeu, se eleito, que iria “varrer” a corrupção e a imoralidade do País. Foi eleito pelos brasileiros, assumiu em janeiro de 1961 e renunciou em agosto do mesmo ano alegando que “forças terríveis se levantaram contra ele”.

O país está indo para as urnas para fazer novas escolhas políticas e, assim como em épocas passadas, a sensação que temos é de que os brasileiros possuem esperanças de que tenhamos um Brasil melhor. Isto demonstra que não são os políticos que não desistem do Brasil, mas são os brasileiros que não desistem do Brasil. Os políticos que se apresentam como candidatos aos mesmos cargos ou que ficam a cada eleição se candidatando sem propostas efetivas e sem serviços prestados não desistem de buscar o poder. Mas para que será que estes querem o poder?

O voto pode até ser a “arma do povo” para se defender das injustiças ou, às vezes, para atacar os usurpadores que tentam defraudar a nossa democracia. E presenciamos tentativas recorrentes de usurpação do poder.

Mas, infelizmente, o voto também pode ser usado como moeda de troca, onde o eleitor aceita votar em algum candidato em troca de favores particulares. São hipócritas individualistas que pensam somente em si e não no conjunto da sociedade.

Pode até existir, como no jingle de Jânio, a esperança por parte do povo, que está abandonado, em algum candidato. Esperança de que possa ocorrer uma moralização no Brasil. Mas, particularmente, duvido que algum destes candidatos realmente pretendam moralizar o país. Não precisamos de candidatos que se declarem honestos. Precisamos que sejam como a “mulher de César”, que sejam honestos, que estejam acima de qualquer suspeita. Mas não temos um candidato com este perfil.

Quem pode e terá que “varrer” a bandalheira e restabelecer a moral e a ordem no país é o próprio povo utilizando de forma consciente o seu voto, que é a sua verdadeira arma para destronar os corruptos, os privilegiados e os usurpadores do poder. Escolhendo pessoas realmente comprometidas com a sociedade brasileira e com o futuro de nossas gerações.

Mas temos que nos preocupar não somente com nossas escolhas para os cargos do executivo. Temos que ter muita inteligência e serenidade para fazer nossas escolhas para os legislativos, que tem a função de fiscalizar os atos do executivo, garantindo o exercício pleno da democracia e a execução de políticas públicas que atendam as necessidades e expectativas do povo brasileiro.

A arma que temos que usar não fura, não machuca e não sangra se usada adequadamente. Temos que nos defender dos hipócritas defraudadores de nossa nação e da tentativa de implantação de uma ditadura disfarçada, quer seja de direita ou de esquerda. O partido do povo é o próprio povo. Que saibamos usar “nossas armas” com a devida inteligência.

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