quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Ajustes e desajustes

Diz o ditado popular: “a mentira tem perna curta”. E tem mesmo. O governo federal tentou, nos últimos cinco anos, passar uma imagem de brilhantismo na gestão fiscal combinando aumento na arrecadação com o respectivo aumento das despesas. Em outras palavras isto é política fiscal expansionista, onde se buscou estimular a demanda através do excesso de liquidez, valorização real dos salários e políticas de transferência de renda.

O objetivo principal, além de promover o crescimento econômico, era o de promover a mobilidade social ascendente, onde pessoas e famílias mudam de uma classe social para outra superior, ou melhor. A primeira impressão é a de que o governo estava acertando e promovendo mudanças estruturais na sociedade brasileira. Ledo engano? Inocência? Malandragem?

Pois bem, é de fácil compreensão e entendimento que uma economia não pode “bancar” uma política fiscal expansionista por muito tempo sem se preocupar com o equilíbrio ou tendo a responsabilidade de garantir que os déficits sucessivos não venham a promover uma reversão em todas as conquistas recentes. Mas foi exatamente isto que aconteceu.

O governo federal se preocupou somente em gastar, gastar e gastar. Também arrecadou, mas a gastança foi muito grande e agora o que temos é o começo da reversão: o que a economia avançou nos momentos de bonança já perdeu há muito tempo e muitas pessoas e famílias que melhoraram de qualidade de vida já estão vendo-se ejetadas para classes sociais inferiores, ou piores.

Agora o que temos é um cenário catastrófico que não é novidade para os racionais de sempre que indicavam esses riscos, mas que eram constantemente hostilizados pelos asseclas governamentais.

Com a forma que os defensores do governo federal se posicionavam para justificar as suas ações irresponsáveis deixa uma dúvida nos grupos mais racionais ou realistas: será que eles acreditavam mesmo que é possível um país manter sucessivos déficits fiscais sem bagunçar a economia? Não dá para saber se é inocência ou cumplicidade. Estes apaniguados estão por aí até os dias de hoje defendendo as medidas tomadas no passado recente. E o pior é que não enxergam ou não querem enxergar a mixórdia em que o governo colocou todos os brasileiros.

O superávit prometido durante o período eleitoral se transformou em um rombo gigantesco e exigirá grandes esforços do governo para efetuar os ajustes necessários para reestabelecer a ordem econômica em nosso país. Não é impossível, mas tem que ter coragem e credibilidade para se implementar tais mudanças.

Esses predicados devem existir não somente no governo como um todo, mas principalmente em seu líder, no nossa caso, na nossa líder. Coragem até acredito que ela tenha, pois tem um “coração valente”, porém não creio que deva usá-lo para isto, pois vai contra as suas convicções ideológicas. Mas mesmo que isto acontecesse não acredito que lograria êxito, uma vez que não possui mais a credibilidade necessária para isto. Dificilmente o país irá melhorar os fundamentos da economia enquanto Dilma Rousseff estiver presidente do país. Infelizmente.

Resta concluir que não foi ledo engano.

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