Diz o ditado popular: “a
mentira tem perna curta”. E tem mesmo. O governo federal tentou, nos últimos
cinco anos, passar uma imagem de brilhantismo na gestão fiscal combinando
aumento na arrecadação com o respectivo aumento das despesas. Em outras
palavras isto é política fiscal expansionista, onde se buscou estimular a
demanda através do excesso de liquidez, valorização real dos salários e
políticas de transferência de renda.
O objetivo principal, além
de promover o crescimento econômico, era o de promover a mobilidade social
ascendente, onde pessoas e famílias mudam de uma classe social para outra
superior, ou melhor. A primeira impressão é a de que o governo estava acertando
e promovendo mudanças estruturais na sociedade brasileira. Ledo engano? Inocência?
Malandragem?
Pois bem, é de fácil
compreensão e entendimento que uma economia não pode “bancar” uma política
fiscal expansionista por muito tempo sem se preocupar com o equilíbrio ou tendo
a responsabilidade de garantir que os déficits sucessivos não venham a promover
uma reversão em todas as conquistas recentes. Mas foi exatamente isto que
aconteceu.
O governo federal se
preocupou somente em gastar, gastar e gastar. Também arrecadou, mas a gastança
foi muito grande e agora o que temos é o começo da reversão: o que a economia
avançou nos momentos de bonança já perdeu há muito tempo e muitas pessoas e
famílias que melhoraram de qualidade de vida já estão vendo-se ejetadas para
classes sociais inferiores, ou piores.
Agora o que temos é um
cenário catastrófico que não é novidade para os racionais de sempre que
indicavam esses riscos, mas que eram constantemente hostilizados pelos asseclas
governamentais.
Com a forma que os
defensores do governo federal se posicionavam para justificar as suas ações
irresponsáveis deixa uma dúvida nos grupos mais racionais ou realistas: será
que eles acreditavam mesmo que é possível um país manter sucessivos déficits
fiscais sem bagunçar a economia? Não dá para saber se é inocência ou
cumplicidade. Estes apaniguados estão por aí até os dias de hoje defendendo as
medidas tomadas no passado recente. E o pior é que não enxergam ou não querem
enxergar a mixórdia em que o governo colocou todos os brasileiros.
O superávit prometido
durante o período eleitoral se transformou em um rombo gigantesco e exigirá grandes
esforços do governo para efetuar os ajustes necessários para reestabelecer a
ordem econômica em nosso país. Não é impossível, mas tem que ter coragem e
credibilidade para se implementar tais mudanças.
Esses predicados devem
existir não somente no governo como um todo, mas principalmente em seu líder,
no nossa caso, na nossa líder. Coragem até acredito que ela tenha, pois tem um
“coração valente”, porém não creio que deva usá-lo para isto, pois vai contra
as suas convicções ideológicas. Mas mesmo que isto acontecesse não acredito que
lograria êxito, uma vez que não possui mais a credibilidade necessária para
isto. Dificilmente o país irá melhorar os fundamentos da economia enquanto
Dilma Rousseff estiver presidente do país. Infelizmente.
Resta concluir que não foi ledo engano.
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