É muito fácil compreender a
necessidade que a família possui de recursos financeiros. Também é fácil perceber
quando as despesas mensais estão tendendo a superar as receitas e é neste
momento que a família se reúne e discute reduzir despesas, cortar alguns gastos
e coisas do gênero. O ideal mesmo seria conseguir aumentar o salário dos
membros da família, ou seja, aumentar as receitas.
A família pode, também,
utilizar a alternativa do financiamento, de se endividar. Porém esta opção deve
ser utilizada com responsabilidade, pois se a família se endividar muito os
pagamentos das mensalidades poderão comprometer o orçamento futuro da unidade
familiar.
Se não houver planejamento
corre-se o risco de gerar uma crise financeira onde a solução não se encontrará
no curto prazo e as dificuldades serão imensas durante o período de “ajustes”.
O que poderia complicar, e
muito, a gestão das finanças da família seria alguns de seus membros não
aceitarem reduzir despesas, tipo: o filho não aceitar ir somente duas vezes por
mês no cinema ou o próprio pai não aceitar deixar de lado o “happy hour” de
sexta-feira com os amigos. Tais comportamentos consistem em práticas birrentas
e intransigentes que põem em risco todo o equilíbrio da unidade familiar e
limita os direitos dos outros membros.
Qualquer semelhança com a
atual situação do país, dos estados e de muitos municípios não é pura
coincidência. Estamos passando por uma crise econômica muito profunda onde a má
gestão fiscal, em todos os entes federados, ocasionou o aumento do
endividamento público e, por conseguinte, trouxe inflação, juros elevados,
baixo crescimento econômico e desemprego.
Assim como no exemplo citado
da família o setor público também tem que planejar e acompanhar suas receitas e
despesas, e quando houver indícios de que irão ficar deficitários devem
aumentar receitas ou reduzir despesas ou mesmo combinar as duas ações.
Mas como aumentar receitas?
Aumentando impostos? Será que as empresas e as famílias suportam mais impostos?
Claro que não.
Se endividar mais? Mas não é
este um dos problemas causadores da crise? Aumentar o endividamento irá exigir
aumento das taxas de juros e reduzirá o desempenho da economia, gerando mais
desemprego e agravando a crise.
Infelizmente a alternativa
que resta para ajustar as finanças públicas e colocar a economia novamente nos
trilhos do crescimento econômico é fazer com que as despesas “caibam” nas
receitas, ou seja, o setor público terá que reduzir despesas.
Aí é que surgem os
extremistas de esquerda agindo como o filho birrento ou o pai intransigente,
não aceitando redução de gastos em determinadas áreas. Eles apostam no quanto
pior, melhor. Como pode o setor público aumentar gastos sem ter dinheiro? Não
podemos fechar os olhos para esta realidade. Todos que criticam a MP do teto de
gastos devem fazer como sugeriu o senador Cristovam Buarque em aparte ao
pronunciamento da senadora Ana Amélia Lemos: quem defender mais gastos em
determinada área que indique de onde virão os recursos, de onde será cortado.
As coisas não são difíceis
de entender. Pode ser difícil de aceitar, mas de entender, não. A solução é
como tabuada do 2, todos sabem. O problema é que ninguém admite que o governo
esteja certo com a proposta de redução de despesas. Os birrentos e intransigentes
sempre agem como se o governo tivesse que fazer tudo como eles pensam e querem.
Se persistirem neste comportamento 2020 será cedo para podermos sair da crise
atual e todos “pagaremos o pato”.
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