domingo, 20 de maio de 2018

Buscando votos


Ao que tudo indica teremos um ano de 2018 ruim. O comportamento recente dos indicadores econômicos está deixando os analistas do mercado financeiro muito preocupados. O dólar disparou, a bolsa está instável e a expectativa de queda dos juros foi por “água abaixo” com o resultado do desempenho da economia americana.

E saber que tudo isto poderia ter sido evitado só com um pouco mais de responsabilidade. Isto mesmo, com mais responsabilidade. Em 2007 o mundo entrou numa crise profunda causada pelo sistema de crédito da economia americana. No Brasil esta crise chegou mais amena por conta dos fundamentos de nossa economia que se encontravam em condições sólidas.

A partir do ano de 2014 a condução da política econômica foi feita de forma destrambelhada, irresponsável, e todas as conquistas e avanços obtidos até então se diluíram. Como resultado tivemos recessão, aumento do desemprego e o empobrecimento de muitas famílias.

Com a mudança recente de governo muitas pessoas acreditaram que as coisas iriam melhorar. Só que não. Mais uma vez os interesses particulares, privados, se sobrepuseram aos coletivos e o governo não conseguiu efetuar as reformas necessárias para melhorar o ambiente econômico e competitivo. E as poucas reformas que foram aprovadas foram retalhadas no processo de negociação com os diversos grupos de interesses e, mais uma vez, não se apresentaram eficientes.

Agora a economia brasileira já está dando sinais de que não irá crescer o previsto e necessário, a cotação da moeda americana está disparando e a bolsa de valores caindo, o que poderá refletir numa possível pressão inflacionária e manutenção dos níveis de desemprego.

E não há nada que possamos esperar de solução por parte do atual governo. O que nos resta é que o próximo governo, que irá assumir em 2019, tenha propostas, credibilidade e competência para poder conduzir com eficiência e responsabilidade a economia brasileira. Por isto é importante que todos os eleitores brasileiros tenham consciência de efetuar suas escolhas analisando as propostas dos candidatos que sejam factíveis, que possam ser executadas, sem se deixar encantar por promessas mirabolantes e por discursos de “salvadores da pátria”, até porque eles não existem.

No atual cenário econômico todos os estados e a União passaram três anos indicando que as receitas não eram suficientes para cobrir todas as despesas e que não haviam recursos disponíveis para pagamento de dívidas. Alguns estados e municípios estão atrasando salários do funcionalismo, o nível de investimento caiu, e a qualidade dos serviços públicos estão bem aquém do esperado pela sociedade. É nítida a realidade que temos à nossa frente.

Só que em ano eleitoral as coisas se tornam surreais. É o ciclo político tradicional: os governantes ficam os três primeiros anos do mandato atuando com austeridade e no último ano, como num passe de mágica, o dinheiro “aparece” e os estados e a união começam a “ferver” em obras e os gestores distribuem recursos, autorizam contratações de funcionários e criam novas despesas. Até aumento salarial eles dão.

Os partidos políticos e os políticos têm como objetivo a maximização de votos. Eles não buscam ganhar as eleições para formularem políticas para a sociedade, eles formulam políticas para ganhar as eleições. Por isto é importante questionar os candidatos sobre suas propostas de trabalho e quando eleitos cobrarem a sua execução. Já foi o tempo em que os políticos faziam e desfaziam dos eleitores. Os tempos mudaram, por isto o comportamento dos eleitores também tem que mudar.

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