domingo, 11 de agosto de 2019

O futuro já chegou


A cobrança por atitudes mais objetivas e concretas por parte das autoridades brasileiras quanto a adoção de medidas para a retomada do crescimento podem até ser minimizadas pelos militantes defensores de quem está no poder, mas é um erro grotesco. Os agentes políticos e seus assessores têm a obrigação de reagir positivamente a tais cobranças. Nossa economia precisa crescer. Precisamos gerar mais empregos. Precisamos melhorar a renda real média da população.

Nossa economia mergulhou numa crise econômica em 2007. O cenário se agravou durante o primeiro governo de Dilma Rousseff (2011 a 2014), num período em que o resto do mundo já havia praticamente se recuperado do período recessivo. O governo Dilma contribuiu para o agravamento dos indicadores econômicos brasileiros, principalmente por conta da forte expansão dos gastos públicos. Tivemos o aumento do desemprego, fechamento de empresas e redução da renda real média do trabalhador.

Em que pese que o atual governo tenha assumido a poucos meses, mas as expectativas dos analistas econômicos e políticos racionais eram de que houvesse um plano de governo, um plano de ação, que tivesse sido concebido para o credenciamento da candidatura. Mas parece que não havia.

Não é correto assumir um mandato no poder executivo de qualquer nível sem que se tenha o pleno conhecimento da situação econômica e social, bem como das condições orçamentária e financeira do ente. Mas parece que é bem isto que ocorreu no governo federal e em muitos governos estaduais.

Dá a impressão de que os candidatos pensavam que iriam assumir e teriam todo o orçamento disponível para executar o que haviam prometido no período eleitoral. Muita inocência de quem acreditava que seria assim.

A recuperação lenta da economia agrava os indicadores sociais. Isto ocorre porque há uma demora na recuperação da geração de empregos. Temos que lembrar, sempre, que temos 12,8 milhões de desempregados e 28,4 milhões de pessoas subutilizadas. Crescimento econômico lento significa que a geração de empregos também será lenta. E isto é preocupante, principalmente para as famílias que possuem pessoas desempregadas.

Os governos devem começar a estudar e discutir a composição do emprego (ou do desemprego). Só no estado do Paraná, nos últimos quatro anos, ocorreu o fechamento de 57.465 postos de trabalho. O que mais preocupa é que os trabalhadores com menor grau de instrução e com mais idade é que estão perdendo seus empregos e não estão conseguindo se reinserirem no mercado de trabalho.

No Paraná, as demissões de pessoas com escolaridade de até o ensino fundamental completo superaram as contratações em 115.260. Isto significa que a mesma quantidade de pessoas com nível de instrução de até o ensino fundamental completo ficou desempregada e não conseguiram um novo emprego nos últimos quatro anos. Quando a análise é feita com relação à idade dos trabalhadores temos que 194.394 pessoas com 40 anos ou mais perderam seus empregos e não conseguiram o reemprego.

Estes dados estatísticos se replicam por todo o estado, inclusive em nossa região. Só que não vemos e ouvimos os representantes dos trabalhadores e nem dos empregadores discutindo o assunto. Pior: não vemos e ouvimos nossos agentes políticos discutirem o assunto. O problema deve ser discutido localmente para identificar possíveis soluções locais e para fazer a cobrança para os governos estadual e federal para que se tomem medidas para a retomada do crescimento da economia e do emprego. Chega de promessas e de projetos para o futuro. O futuro já chegou. Precisamos de mais empregos agora.

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