terça-feira, 16 de março de 2021

Na areia movediça

Com a divulgação do IPCA de fevereiro de 2021 de 0,82% atingimos uma inflação acumulada em 12 meses de 5,20%, demonstrando que nossa economia está numa rota de aumento da inflação. Com isto, os brasileiros, que não estão tendo reajustes salariais compensatórios e com o aumento do desemprego causado pela inércia do governo em tratar a questão econômica como prioritária, estão empobrecendo.

Nos últimos 12 meses tivemos um aumento dos preços dos alimentos e bebidas em 15%, dos artigos de residência de 7,78% e os de itens habitação em 4,39%. No Paraná a inflação acumulada, com base nos indicadores da região metropolitana de Curitiba, foi maior do que a nacional, 5,23%.

A meta de inflação para o ano de 2021 é de 3,25% com desvio padrão de 1,5 ponto percentual. Desta forma, espera-se que a inflação para este ano fique entre 1,5% e 4,75%. As expectativas são de manutenção da inflação com tendência de atingir o teto da meta, uma vez que o mercado financeiro projeta uma inflação de 4,6% para este ano.

A única medida esperada por parte das autoridades econômicas brasileiras é o aumento da taxa de juros que será decidida na reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, que ocorrerá hoje e amanhã. A expectativa é de que aumente a Selic como forma de conter a escalada inflacionária. O grande problema é que o aumento da Selic trava, ainda mais, o crescimento econômico e protela a retomada dos empregos perdidos nos últimos meses. 

O governo tem que fazer mais, Tem que buscar alternativas para a redução do crescimento da dívida e do déficit nas contas públicas para sinalizar aos agentes econômicos a preocupação do governo com as questões sociais e econômicas. Sem isto continuaremos patinando (e afundando) na areia movediça da inflação e da pobreza.

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