quarta-feira, 21 de junho de 2023

Cigarra ou Formiga: o dilema previdenciário

Uma coisa que todo brasileiro sonha é ter uma aposentadoria tranquila. No mês de abril deste ano, o INSS mantinha 38 milhões de benefícios entre previdenciários, acidentários e assistenciais, sendo apenas 64% do total em aposentadorias. Do total, 47,6% dos benefícios pagam até um salário mínimo de valor de benefício. O que podemos concluir é que muitas pessoas não conseguem se aposentar com um valor próximo do salário que recebem no momento da aposentadoria.

Pior, muitas pessoas não conseguem se aposentar e recebem outros tipos de benefícios, e outras nem isso conseguem, reclamando incessantemente sobre sua incapacidade de se aposentar, erroneamente culpando o governo por sua situação. No entanto, é fundamental que essas pessoas compreendam que a aposentadoria, apesar de ser um direito social, requer contribuições adequadas para a Previdência Social ao longo de um período determinado. Sem essas contribuições, a tão sonhada aposentadoria se torna inatingível.

No atual cenário, é extremamente preocupante observar um número significativo de indivíduos optando por atuar como autônomos sem recolher ao INSS ou aceitando trabalhar sem registro formal em carteira de trabalho. Essa escolha, embora possa parecer vantajosa a curto prazo, revela uma alarmante falta de responsabilidade e consciência em relação ao respectivo futuro.

Ao negligenciarem suas obrigações previdenciárias, essas pessoas assemelham-se à cigarra na conhecida fábula. Enquanto a cigarra aproveitava os dias ensolarados sem se preparar para o inverno, sofrendo as consequências de sua falta de planejamento, a formiga, previdente e responsável, garantia sua subsistência mesmo nos tempos difíceis. Da mesma forma, ao abrir mão do registro formal e dos recolhimentos para o INSS, muitos estão desfrutando irresponsavelmente do presente, sem se preocupar com as dificuldades que certamente surgirão no futuro.

É revoltante constatar que alguns indivíduos aceitam ser registrados por salários inferiores, ignorando o verdadeiro valor de seu trabalho. Movidos pela ilusão de uma remuneração aparentemente vantajosa no momento, eles prejudicam a si mesmos a longo prazo. Como diz o ditado popular, "o barato sai caro". A renúncia a direitos trabalhistas e previdenciários resulta em perdas significativas no futuro, especialmente quando chega o momento em que a aposentadoria se torna necessária.

A escolha de atuar como autônomo sem recolher o INSS ou de aceitar trabalhar sem registro formal em carteira de trabalho é, sem dúvida, uma decisão irresponsável e arriscada para o futuro. Essas pessoas precisam compreender as consequências drásticas de suas ações e valorizar a segurança e o bem-estar a longo prazo. É preciso ter em mente que "prevenir é melhor do que remediar".

Parafraseando um ditado popular, não podemos esperar um almoço grátis quando se trata da segurança financeira na terceira idade. A aposentadoria exige contribuição. É uma questão simples que muitas pessoas complicam de forma desnecessária, culminando em consequências negativas para suas vidas futuras.

É comum as pessoas culparem o "sistema" ou o governo, ou mesmo os políticos. Mas o que elas têm que saber é que a aposentadoria, que é um direito social, depende de condicionantes para ser acessada. Sem contribuição, não é viabilizada. Não é um dilema, mas uma regra objetiva que todos devem conhecer e respeitar. Na dúvida ou no desconhecimento destas regras, as pessoas devem procurar orientação de especialistas para não terem "surpresas" desagradáveis no futuro.


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