O ano de 2015 não começou
bem para os exportadores paranaenses. Dados do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que no primeiro trimestre de 2015
o estado exportou o equivalente a US$ 3,0 bi. Pode parecer muito, mas o valor é
18,9% menor do que o exportado no mesmo período de 2014 e 12,7% menor do que o
do mesmo período de 2013.
A corrente de comércio
exterior, que é a somatória de todas as exportações e importações de
mercadorias, totalizou US$ 6,2 bi no período, 20,9% menor do que o obtido no
mesmo período de 2013 e 18,6% menor do que em 2014. Esses dados demonstram que
a economia paranaense poderá sofrer um revés no seu desempenho econômico em
2015, a exemplo do que irá acontecer com a economia nacional que poderá amargar
uma queda do PIB de 1,0% e uma redução da produção industrial de 2,5%.
A condução recente da
política econômica não foi eficiente o bastante para manter os fundamentos
existentes em 2010. A inflação está saindo do controle, o crescimento do PIB é
insignificante e a dívida líquida do setor público está aumentando, entre
outros indicadores.
As exportações paranaenses
apresentam os países componentes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul) como uns dos principais destinos, sendo responsáveis por 21,1%
das exportações do primeiro trimestre do ano, média que se confirma nos mesmos
períodos dos anos anteriores.
A composição da pauta de
exportações paranaense tem como um dos principais produtos exportados as sementes
e frutos oleaginosos com cerca de 13,0% do valor total exportado no primeiro
trimestre, sendo que 55,5% desse valor é exportado para os BRICS.
Nesse período o volume de
embarque de soja para China caiu muito e com a economia chinesa menos aquecida
as vendas do produto não devem apresentar recuperação significativa neste ano.
Com efeito, as exportações
paranaenses deverão ser reorientadas para outros destinos internacionais, uma
vez que o mercado interno não se caracteriza como uma opção para o produto. Isto
se quiser manter o mesmo desempenho dos anos anteriores. A América Latina e o
Caribe não seriam uma opção viável, pois o crescimento da região será muito
pequeno, a inflação alta e o crescimento de suas importações estável.
A aposta numa desvalorização
cambial pode se caracterizar em alternativa para uma melhora do cenário externo
aumentando a competitividade dos produtos brasileiros. As expectativas são de
que a taxa de câmbio encerre o ano em torno de R$ 3,21 o que poder ajudar, sim,
mas pouco. O momento é de reavaliação e reorientação das estratégias por parte
das empresas e de torcer para que as próximas decisões de política econômica
não agravem ainda mais o quadro atual.
0 comentários:
Postar um comentário