sexta-feira, 24 de abril de 2015

Desempenho recente da balança comercial paranaense

O ano de 2015 não começou bem para os exportadores paranaenses. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que no primeiro trimestre de 2015 o estado exportou o equivalente a US$ 3,0 bi. Pode parecer muito, mas o valor é 18,9% menor do que o exportado no mesmo período de 2014 e 12,7% menor do que o do mesmo período de 2013.

A corrente de comércio exterior, que é a somatória de todas as exportações e importações de mercadorias, totalizou US$ 6,2 bi no período, 20,9% menor do que o obtido no mesmo período de 2013 e 18,6% menor do que em 2014. Esses dados demonstram que a economia paranaense poderá sofrer um revés no seu desempenho econômico em 2015, a exemplo do que irá acontecer com a economia nacional que poderá amargar uma queda do PIB de 1,0% e uma redução da produção industrial de 2,5%.

A condução recente da política econômica não foi eficiente o bastante para manter os fundamentos existentes em 2010. A inflação está saindo do controle, o crescimento do PIB é insignificante e a dívida líquida do setor público está aumentando, entre outros indicadores.

As exportações paranaenses apresentam os países componentes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) como uns dos principais destinos, sendo responsáveis por 21,1% das exportações do primeiro trimestre do ano, média que se confirma nos mesmos períodos dos anos anteriores.

A composição da pauta de exportações paranaense tem como um dos principais produtos exportados as sementes e frutos oleaginosos com cerca de 13,0% do valor total exportado no primeiro trimestre, sendo que 55,5% desse valor é exportado para os BRICS.

Nesse período o volume de embarque de soja para China caiu muito e com a economia chinesa menos aquecida as vendas do produto não devem apresentar recuperação significativa neste ano.

Com efeito, as exportações paranaenses deverão ser reorientadas para outros destinos internacionais, uma vez que o mercado interno não se caracteriza como uma opção para o produto. Isto se quiser manter o mesmo desempenho dos anos anteriores. A América Latina e o Caribe não seriam uma opção viável, pois o crescimento da região será muito pequeno, a inflação alta e o crescimento de suas importações estável.

A aposta numa desvalorização cambial pode se caracterizar em alternativa para uma melhora do cenário externo aumentando a competitividade dos produtos brasileiros. As expectativas são de que a taxa de câmbio encerre o ano em torno de R$ 3,21 o que poder ajudar, sim, mas pouco. O momento é de reavaliação e reorientação das estratégias por parte das empresas e de torcer para que as próximas decisões de política econômica não agravem ainda mais o quadro atual.

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