O que é estarrecedor é que
passado todos estes anos ainda temos prefeituras que não cumprem a lei e não
remuneram condignamente seus professores. Esta notícia veio através de
levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e divulgado
recentemente que aponta que somente 60% das prefeituras paulistas respeitam a
legislação e pagam o piso salarial estabelecido. Isto significa que das 645
prefeituras do estado de São Paulo 252 desrespeitam a lei.
A alegação dos prefeitos para
o não cumprimento do estabelecido na legislação é que as finanças públicas dos
municípios passam por dificuldades e por conta disto não é possível pagar os
salários com base no piso nacional. Isto não passa de desculpas “esfarrapadas”,
pois se é lei deve ser cumprida e ponto. As prefeituras sempre tiveram o apoio
financeiro dos governos estadual e federal para fazer frente as suas despesas e
o não cumprimento desta legislação não passa de tergiversação para direcionar
os recursos para outras despesas.
No estado do Paraná, segundo
dados do ano de 2017, cerca de 56 prefeituras das 396 pesquisadas não
respeitavam a legislação e pagavam salários inferiores ao piso nacional. É
possível que pouca coisa mudou nos últimos anos e que este cenário continue com
prefeitos de municípios paranaenses desrespeitando a lei, a exemplo dos 252
prefeitos de cidades paulistas.
Se a alegação das prefeituras
que cometem tais ilegalidades são dificuldades financeiras a situação poderá
piorar em 2021, pois o governo federal, através do Ministério da Educação,
divulgou em novembro deste ano que ocorrerá uma redução de 8% no valor do
custo/aluno. Este valor é a base para os repasses federais para os estados e
municípios como complemento para cobrir as despesas com educação.
No levantamento citado a maior
incidência de não cumprimento do piso recai sobre municípios pequenos, sendo
que dos 252 somente 15 são de porte médio. O mesmo deve acontecer nos outros
estados. Mas é justamente nos municípios pequenos que ocorre a maior
dependência dos repasses de estados e governo federal e nisto os prefeitos não
podem reclamar, pois os auxílios financeiros foram abundantes nos últimos anos.
Porém para os próximos anos
este cenário irá mudar e os repasses dos estados e governo federal para os
municípios poderão não ter um crescimento real, porém as despesas estão
aumentando a cada ano que passa criando uma conjuntura adversa para as finanças
públicas que não foram geridas com a devida responsabilidade e visão de futuro.
Este é um dos papéis
fundamentais dos vereadores, o de fiscalizar o executivo. Se os vereadores dos
municípios que se encontram em dificuldades financeiras tivessem cumprido com
suas atribuições fiscalizatórias de forma efetiva é possível que muitos destes
problemas não existissem e as respectivas populações não estariam se privando
da ação efetiva do poder público municipal em todas as áreas. Por isto a
importância da função dos vereadores em fiscalizar efetivamente o executivo.
Esperamos que os eleitos cumpram com esta função, para o bem de toda a
sociedade e fim do descaso com a educação.
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