domingo, 11 de janeiro de 2015

Os Ministros de Dilma

A nova equipe de ministro da Presidente Dilma Rousseff apresenta uma marca muito forte de coalização política. Muitos ministérios foram oferecidos a representantes de partidos políticos em troca de apoio político na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Esse ato já demonstra uma tentativa de interferência entre os poderes da República e pode deixar toda a sociedade refém da vontade de uma minoria que detém o poder e que busca uma discutível hegemonia na sociedade.

Se não bastasse isto para ficarmos “com o pé atrás” com o novo ministério temos dois ingrediente a mais nesta solução que deve nos deixar ainda mais preocupados.

O primeiro diz respeito à sua qualificação, ou seja, se o novo ministério é técnico ou político. Embora boa parte deles possuam boa formação acadêmica podemos identificar que a maioria não possui experiência comprovada nas áreas que estão assumindo. Tivemos ministros que declararam que não entendem nada da pasta que irão atuar. Isto é, no mínimo, temerário. A escolha da nova equipe ministerial passou quase que exclusivamente por critérios políticos com o objetivo de “lotear” o governo federal em busca da dita coalização.

Poucos nomeados possuem experiência ou podemos identifica-los como sendo detentores de capacidade técnica suficiente para dar tranquilidade para a sociedade. Exemplo disto são os nomeados para a equipe econômica: Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e Presidência do Banco Central. Nestes casos os nomeados são pessoas com currículo acadêmico e profissional de alto nível e que possuem plenas condições para conduzir de forma adequada todas as ações de suas pastas.

Outras áreas como Advocacia-Geral da União, Controladoria-Geral da União e Ministério das Relações Exteriores, pela sua especificidade, também possuem nomeações técnicas.

Com isto podemos considerar que a nova equipe de ministros do governo de Dilma Rousseff é essencialmente política, uma vez que a maioria dos nomeados não possuem qualificação acadêmica e técnica e experiência nas respectivas áreas. Outros fatores preocupantes são a falta de experiência em funções de gestão dos nomeados e o critério de preenchimento dos cargos de segundo escalão nos ministérios, empresas estatais e autarquias do governo federal. Neste último caso parece que manterão a estratégia de coalisão, “leiloando” estes cargos em troca de apoio político.

O segundo ingrediente, e não menos importante, diz respeito à autonomia que será dada (ou não) pela Presidente para os novos Ministros. O Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já levou uma “invertida” neste sentido.

Tudo isso sem falar nas divergências ideológicas e conflitos de interesses entre os grupos que “lotearam” os ministérios. Exemplo disto identificou-se nos pronunciamentos da Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, e do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, que andaram se alfinetando publicamente.

A composição de baixa qualificação e experiência técnica do novo ministério preocupa e deve ser acompanhado por toda a sociedade a fim de cobrar a execução de políticas públicas que levem ao desenvolvimento social e econômico de nosso país.

Resta lembrar que o ano de 2015 é importante para que os ajustes econômicos, sociais e políticos possam ser feitos para que a retomada do crescimento possa ocorrer à partir de 2016. Se o desempenho for ruim em 2015 perderemos 2016, também.


Um comentário:

  1. A Dilma está com sérios problemas para indicar ministros, pois vários companheiros estão em regime semi-aberto ou aberto, o que não permite fazer reuniões após as 19h. Tem um foragido na Itália e outros tantos na lista da Lava Ajato!!! Só sobrou isso que foi nomeado.

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