Já temos passados vários
anos da aprovação e vigência das leis de transparência e acesso à informação
por parte do setor público. Entretanto, aparentemente, muitos municípios ainda
não estão cumprindo tais determinações legais ou mesmo tentam disfarçar a sua
execução dificultando o acesso à informação e não divulgando os seus dados
fiscais.
Estes são grandes desafios
para os responsáveis pelo controle externo e interno destes órgãos, uma vez que
todos os cidadãos possuem o direito a obter tais informações de forma objetiva,
célere e perfeita. Maiores desafios ainda para os legislativos municipais que,
além de elaborar e aprovar as leis, são responsáveis pela fiscalização das
ações do executivo.
Recentemente, no ano de 2014,
o Tribunal de Contas do Estado do Paraná, desenvolveu um trabalho de auditoria
social em parceria com as universidades estaduais, onde o objetivo foi o de
analisar o acesso à informação e o cumprimento da lei da transparência em
municípios selecionados de nosso estado. Foram oito microrregiões selecionadas
que envolveram 69 municípios, dentre eles Apucarana e Arapongas.
No ranking do TCE para o
acesso à informação Apucarana ficou na 38ª colocação e Arapongas na 33ª.
Considero estas posições ruins. Há muito tempo o acesso à informação, a
transparência nas ações da administração pública e o funcionamento efetivo de
uma ouvidoria são cobrados pelo Observatório Social de Apucarana, entretanto
estas reinvindicações não são atendidas pelos executivo e legislativo municipais.
Isto foi comprovado pelo estudo do Tribunal de Contas. Com efeito, as demandas
do Observatório Social passam a serem factíveis e necessárias, só que não são
atendidas pelo setor público local.
O primeiro “achado” no
trabalho foi a ausência de regulamentação da lei de acesso à informação no
município de Apucarana. E até o presente momento parece que não foi
regulamentada. Digo que “parece” porque o portal da Câmara de Vereadores também
não apresenta dispositivos claros e fáceis para buscar tal informação.
Outros “achados” no estudo
são a ausência de informações sobre as licitações e a ausência de informações
sobre os contratos, o mínimo que se poderia esperar de um município do porte de
Apucarana. Mas quando você pensa que a coisa está ruim, relaxe, ela pode
piorar. Não bastasse o exposto ainda foi constatada a ausência de respostas aos
pedidos de informações virtuais e presenciais protocolados. O Observatório
Social de Apucarana sabe bem disto, uma vez que a maioria de seus pedidos de
informações não são atendidos nem pela Prefeitura Municipal e nem pela Câmara
de Vereadores.
Pois bem, num momento em que
a sociedade está em ebulição por causa das práticas da classe política e
cobrando ações mais transparentes e objetivas dos gestores públicos talvez
devamos inserir na pauta de reinvindicações o cumprimento mínimo destas leis
que visam garantir direitos aos cidadãos, que até o momento lhes estão sendo
negados.
Espero que isto ocorra logo,
ainda nesta legislatura. A sociedade não precisaria fazer passeatas e
manifestações públicas para o cumprimento disto, deveria ser automático. Más
como isto não acontece temos o Ministério Público onde podemos denunciar ou
mesmo as urnas eleitorais onde podemos tentar trocar alguns de nossos
representantes, que na verdade não estão nos representando.
Temos que reclamar. É
como no rap do Gabriel, o Pensador: estamos gritando o grito de todas as
legiões. São palavras repetidas. Mas quais são as palavras que nunca são ditas?
Então continuemos repetindo: queremos transparência, acesso à informação e
respeito para com os cidadãos.
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