domingo, 28 de agosto de 2016

Nossa linda juventude

Zabelê, Zumbi, Besouro. Assim começa a música “Linda Juventude”, da banda 14 Bis que recentemente esteve em nossa cidade. Uma música que retrata a maravilha da juventude nos idos de 1982, ano de lançamento da música. Claro que é uma bela canção.

Entretanto, mais cedo ou mais tarde nós, quando jovens, tivemos que deixar a alegria e a diversão de nossa infância para adentrarmos numa nova fase, a de ter que trabalhar, ou para ajudar a família nas despesas da casa ou mesmo para poder adquirir roupas e outros tipos de bens que desejássemos. Alguns podem até dizer que antes as pessoas começavam a trabalhar desde criança, mas os tempos mudaram e os nossos jovens podem e devem entrar no mercado de trabalho mais tarde.

Mas tarde em termos, pois à partir dos 15 anos o indivíduo já está em idade economicamente ativa, muito embora seja proibido o trabalho para menores de 16 anos, salvo na condição de menor aprendiz, que é permitido dos 14 aos 16 anos.

E um grave problema que está assolando os jovens de 17 a 24 anos no mundo todo é a falta de oportunidades de emprego. Na Europa a taxa média de desemprego para pessoas com 24 anos ou menos, segundo estatísticas da União Europeia, é de 18,6%. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) dão conta que no Brasil esta taxa chega a 26,4%. Ainda temos que considerar os jovens que estão trabalhando, os que estão somente estudando e os chamados “nem-nem”, aqueles que nem estão estudando e nem estão trabalhando.

No Paraná temos cerca de 1,6 milhão de jovens de 17 a 24 anos, destes 638 mil estão empregados, o que representa uma taxa de ocupação de 38,4%. Acima da média nacional, porém podemos considerar uma taxa baixa dada a estrutura social de nossos jovens. Digo isto porque a média de jovens desta faixa etária que estão estudando é de apenas 36,3%. Portanto podemos considerar que temos muitos “nem-nem” em nosso estado.

O município de Apucarana possui, aproximadamente, 19.336 jovens e a taxa estimada de ocupação destes jovens é de 38,5%. De janeiro de 2015 a julho de 2016 foram gerados somente 42 novos postos de trabalho para os jovens. Contrastando com este dado temos que a cada ano cerca de 2,3 mil jovens entram em idade economicamente ativa. Para manter a média de ocupação entre jovens no município haverá a necessidade de geração de um volume maior de empregos do que o atual.

Sem sombras de dúvidas os jovens estão sofrendo muito com a falta de oportunidades. A linda juventude da canção não está se apresentando como “página de um livro bom”. Claro que o sol raiou, mas para poucos. Se considerarmos que poucos destes jovens estão estudando e que o nível de escolaridade médio não é muito elevado, temos um problema estrutural muito grande e todos devemos começar a pensar em soluções urgentes para este desemprego. 

União, estados e municípios devem buscar políticas públicas e ações efetivas para melhorar a qualificação e a empregabilidade de nossos jovens. Afinal de contas o nosso futuro depende deles.

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