O assunto acerca dos preços
dos combustíveis em Apucarana continua “fervendo” nas redes sociais e nas rodas
de conversas pelo município. Tem muitas pessoas pregando o boicote. Mas como
boicotar algo que dependemos tanto? Sem abastecer os veículos não trabalhamos,
não estudamos, não passeamos, dentre outras coisas que teremos que deixar de
fazer. E a zona de conforto dos postos de combustíveis parece ter se ampliado,
pois os preços dos combustíveis em Apucarana continuam sendo dos mais caros do
estado.
Há cerca de quinze dias os
preços médios estavam maiores e chegaram a reduzir um pouco para esta semana.
Só que os preços médios no estado do Paraná reduziram mais que os daqui. Com
efeito temos que, em Apucarana, o preço médio do etanol que era o terceiro mais
caro do estado, segundo pesquisa da ANP, agora é o mais caro. Já o preço médio
da gasolina continua sendo o segundo mais caro do estado, segundo a mesma
pesquisa.
Se fizermos uma comparação com
os preços praticados no começo de 2017 temos que o preço médio praticado para a
gasolina no município era o 14º mais caro e do etanol era o 18º mais caro, num
universo pesquisado de trinta municípios.
Realmente esses movimentos de
preços precisam ser esclarecidos e os consumidores merecem uma explicação.
Afinal de contas os cidadãos apucaranenses querem e merecem ter o conforto de
abastecerem seus veículos em seu município para que os recursos financeiros
girem em nossa economia, contribuindo para a geração de empregos e também de
riqueza, através dos lucros dos empresários.
Numa abordagem anterior foi
indicado que uma possível solução seria uma atitude coletiva de pedir descontos
ou escolher os estabelecimentos que possuam os menores preços, mas mesmo com
isto os preços médios da gasolina possuem um dos menores desvio-padrão do
estado. O desvio-padrão dos preços nada mais é do que a dispersão em torno da
média. Em outras palavras o desvio-padrão de uma média indica que os preços
variam para baixo e para cima naquela proporção.
Um desvio-padrão baixo
significa que os preços observados estão muito próximos e, com isto, a
concorrência é baixa ou mesmo inexistente.
Numa viagem até a capital,
neste período, pode-se constatar que dificilmente se encontram preços
superiores a R$ 3,45 para a gasolina e de R$ 2,49 para o etanol, nos postos
localizados no caminho. Chegando perto de Curitiba pode-se encontrar a gasolina
a R$ 3,09 e o etanol a R$ 2,29 o litro, enquanto os preços médios da semana, em
Apucarana, estavam em R$ 3,713 para a gasolina e R$ 2,739 para o etanol. É
muita diferença de preços e nenhum pão de queijo ou lavagem de carro como
brinde compensa tal diferença. Os menores preços da pesquisa são de R$ 2,97
para a gasolina e de R$ 2,18 para o etanol.
Numa comparação simples
podemos tomar por exemplo um abastecimento de um veículo com tanque de
combustível com capacidade de 50 litros. A economia que o consumidor teria ao
abastecer pelos preços mais baixos do estado em relação aos preços médios
praticados no município é de 20,0% para a gasolina e de 20,4% no caso de
etanol. Uma economia considerável.
E estamos somente avaliando os
preços da gasolina e do etanol. Sem considerar que o preço médio do diesel no
município também é o mais caro do estado, o que leva os caminhoneiros daqui a
abastecerem seus caminhões em outras praças.
Decididamente as autoridades
constituídas do município devem começar a se preocupar e investigar as causas
de os combustíveis daqui serem os mais caros do estado. E vejam que não é
preciso ir muito longe para encontrar combustíveis bem mais baratos. Os
municípios limítrofes apresentam preços bem inferiores. Resta saber qual é a
mágica que os postos de outras cidades conseguem fazer para que seus preços
sejam tão mais baratos do que os nossos. Com a palavra as nossas autoridades.
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