Fala-se
tanto em desequilíbrio nas contas públicas. Fala-se que se os governos
municipais, estaduais e federal não equilibrarem suas contas a inflação e os
juros aumentarão e não teremos crescimento econômico. Com efeito, toda a
população brasileira irá sofre as consequências.
Nossos
agentes políticos afirmam que a única alternativa viável é a aprovação da
reforma da Previdência que irá exigir do trabalhador assalariado comum
trabalhar mais tempo de sua vida para se aposentar com uma renda média bem
inferior à que recebe na vida ativa.
Não
podemos aceitar passivamente tudo que nos é indicado ou imposto pelos nossos
agentes políticos. Até porque sabemos que boa parte deles não possui capacidade
técnica para efetuar análises mais profundas de questões específicas. Até aí
tudo bem, porque ninguém é obrigado a entender de tudo. Porém eles deveriam ter
assessoria técnica capaz para isto. Só que boa parte dos cargos de
assessoramento que ficam à disposição deles na forma de cargos comissionados é
ocupada por pessoas escolhidas através de critérios de afinidade e confiança
dentre aqueles que os apoiaram ou auxiliaram nas campanhas eleitorais.
É de
uma clareza solar de que isto não se reverte em benefício para a sociedade.
Somente em despesas. Todos sabem que os entes federativos não possuem recursos
livres suficientes para efetuar investimentos e nem disponibilidades para financiar
as ações de que tanto a sociedade necessita. Mas porque será que nossos agentes
políticos não gastam uma pequena fração de seu tempo e de seus apaniguados para
buscar alternativas efetivas para um problema tão grave quanto o déficit
fiscal?
Até
parece que não querem ou não podem mexer em nada que tenha relação com suas
mordomias e vantagens. Quando tem que se fazer alguma mudança tem que ser em
algo que prejudique o povo. Seria cômico se não fosse trágico.
O
déficit primário do governo central foi, em 2018, de mais de R$ 120 bilhões.
Por conta disto querem, mais uma vez, cobrar a conta da população. Por que será
que não buscam soluções alternativas antes de pensar em mexer no bolso dos
trabalhadores e dos empresários que produzem e mantém o país funcionando?
Que
tal reduzir os repasses para os legislativos municipais, estaduais e federais?
No ano de 2017 foram empenhadas mais de R$ 14 bilhões em despesas realizadas
pelas câmaras de vereadores do país. Já nos legislativos estaduais o valor dos
empenhos chegou a R$ 15 bilhões, no mesmo ano.
Adentrando
nas despesas dos executivos temos que os estados empenharam, no ano de 2017,
cerca de R$ 1,5 bilhão em diárias e mais de R$ 2 bilhões com passagens e
despesas com locomoção. Já nos municípios os valores empenhados foram de cerca
de R$ 895 milhões e R$ 1 bilhão, respectivamente.
Já
temos aí um valor de gastos próximo a R$ 35 bilhões somente com despesas que
podem ser racionalizadas. Tudo isto sem considerar as despesas dos legislativos
federais, da União, do poder Judiciário, Ministério Público e Tribunais de
Contas.
E se
estiverem com vontade de reduzir o déficit de forma mais efetiva e eficiente
também podem melhorar o controle dos gastos públicos visando melhorar a sua
qualidade. Assim é possível que os recursos públicos consigam comprar mais
produtos e serviços com o mesmo valor ou até com menos.
Todos os brasileiros
assalariados e todos os empresários praticam estas ações quando suas
respectivas rendas não são suficientes para pagar as despesas planejadas. Por
que será que nossos agentes políticos não tentam formas alternativas para
cobrir o rombo que eles mesmos criaram nas contas públicas antes de quererem
onerar, ainda mais, o povo brasileiro?
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