domingo, 8 de março de 2020

Para além do “gado”

Saiu o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, para o ano de 2019. Como não poderia ser diferente, no momento político atual, as redes sociais já “pipocaram” de críticas e de elogios ao desempenho apresentado. O PIB de 2019 teve uma expansão de 1,1% em relação ao ano de 2018.

O “gado” governista bolsonarista está comemorando como se a economia estivesse em franco crescimento e a situação econômica melhorando. Indo “de vento em popa”. Já o “gado” oposicionista esquerdista critica alegando que é o pior resultado dos últimos três anos e que a economia está indo “de vento em proa”.

Para quem não está habituado em ler ou ouvir o termo “gado” quando se trata de política, cabe esclarece que este termo é utilizado quando uma pessoa ou grupo de pessoas são facilmente enganados, conduzidos ou persuadidos para defender certo pensamento, pessoa ou ideia.

Atualmente estamos vivenciando um período onde algumas pessoas efetuam a defesa de seus “ídolos” políticos sem nenhuma avaliação racional. Muitas destas pessoas se colocam como intransigentes e acabam por repetir comportamento típico de manadas. Antigamente era muito comum usar a expressão “Maria vai com as outras” para qualificar as pessoas que seguem a opinião dos outros e que não conseguem definir qual é a sua opinião, a sua posição sobre certo assunto.

Realmente o crescimento do PIB de 2019 foi muito tímido, principalmente se considerarmos o tamanho de nossa economia e que nos últimos 19 anos tivemos desempenhos melhores em 13 deles.

Por outro lado temos que considerar que nossa economia enfrentou uma crise financeira mundial no ano de 2008 que, combinada com uma crise fiscal ocasionada pela irresponsabilidade de governos recentes, levaram nossa economia para uma recessão que “encolheu” nosso PIB por dois anos consecutivos.

Temos que buscar o equilíbrio nestas análises e encontrar os pontos fortes e fracos do desempenho recente de nossa economia e, principalmente, as decisões de políticas econômicas que não foram eficientes para garantir uma retomada vigorosa.

Outra questão importante para ser analisada, avaliada e submetida a críticas é o comportamento de nossos agentes políticos diante do quadro recente de empobrecimento de boa parcela da população brasileira. Mas o que acompanhamos nas redes sociais é um grandioso embate de bitolados defensores de posições antagônicas extremistas. Isto em nada vai contribuir para melhoras no resultado da economia. Pelo contrário, este cenário somente alerta os investidores nacionais e internacionais sobre as incertezas futuras para o nosso país. E digo incertezas porque num ambiente de crise política e social é isto que resta. E como já sabemos, uma crise política pode se transformar numa crise econômica que, no caso apresentado, pode trazer danos significativos para o processo de retomada do crescimento.

A abordagem do tema tem que ser feita para além de discutir se é o PIB público ou privado que está crescendo mais, se a década vai ou não ser “perdida”, se a busca do equilíbrio fiscal “trava” ou não a economia ou se a culpa é dos argentinos. Temos que abordar o assunto com a preocupação de buscar distribuição da riqueza gerada, mesmo que seja pouca. Temos que nos preocupar se a pobreza e a miséria estão diminuindo.

O PIB cresceu, que bom. Cresceu aquém do necessário, que pena. Mas o que precisamos fazer para que nossa economia cresça num ritmo ideal? O que nossos agentes políticos precisam fazer? Podemos não saber estas respostas, mas sabemos que temos que nos unir em torno de um projeto de nação forte e unida e romper com os extremismos dos dias atuais.

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