quarta-feira, 12 de abril de 2023

Conhecemos a realidade?

Quando falamos em desenvolvimento econômico estamos nos referindo ao crescimento da economia acompanhado de melhorias nos indicadores econômicos, sociais, políticos e ambientais. Não tem outra forma de entender o processo. As pessoas que vinculam o desenvolvimento ao simples evento de aumento de produção de bens e serviços cometem um erro gigantesco, pois não estão considerando os aspectos distributivos.

É claro que para desenvolver precisamos crescer e a ausência do crescimento econômico caracteriza o subdesenvolvimento. Há tempos que as pessoas que costumam concorrer a cargos eletivos usam e abusam de narrativas de que irão melhorar a qualidade de vida da população. Mas será que eles se preocupam realmente com isto? Quais as ações que implementaram no cargo assumido que levaram à melhoria da qualidade de vida das pessoas?

Devem ter experiências esparsas pelo país afora, mas não devem ser muitas. A maioria dos casos de melhoria da qualidade de vida se devem à própria dinâmica existente no ambiente em análise, não por ação política. Até porque se fosse por ação política estariam nas peças orçamentárias os projetos e programas com os respectivos objetivos e metas físicas. Mas acontece justamente o contrário, os orçamentos municipais e até os estaduais não apresentam metas físicas claras e objetivas que possam ser medidas para avaliar o sucesso do processo de gestão.

Para nossos políticos poderem mudar a realidade local eles devem conhecê-la. Eles conhecem a realidade de seus municípios, regiões, territórios, estado ou país? O que podem fazer para mudar a realidade? Quais os setores ou segmentos que mais necessitam de políticas públicas? Os prefeitos sabem responder isto? E os vereadores? Deputados?

Se olharmos e analisarmos dados simples do Vale do Ivaí, como o nível de dinamismo dos municípios podemos constatar que a maioria dos municípios estavam com seu nível muito baixo no ano de 2010 e no ano de 2020 a maioria passou a ter um nível significativo, ou seja, muito alto. Somente os municípios de Bom Sucesso, Godoy Moreira e Marumbi é que continuaram com um nível baixo de dinamismo econômico no período dos onze anos analisados.

Já o município mais populoso, Apucarana, possuía um nível significativo de dinamismo no ano de 2010 e mudou para o nível alto. Houve uma piora, fato que tem que ser investigado pelas universidades locais ou mesmo pelo setor de planejamento econômico e social municipal para identificar as causas e indicar medidas para reconversão para o nível mais elevado.

Em questão de qualidade de vida não tem mágica. O que se tem que fazer é analisar os dados e planejar mudanças quando necessárias para melhorar de posição, ou para manter o mesmo nível e até, se necessário, para que não piore a situação social dos habitantes do local.

Esta foi uma análise simples e endógena, comparando o dinamismo dos municípios de uma região com o conjunto da própria região. E se compararmos este dinamismo com o estado todo? Ou com outras regiões que “achamos” que é igual à nossa? Será que estaremos tão bem assim?

E se calcularmos o quociente locacional ou o índice de Krugman para analisarmos os setores econômicos em que nossos municípios forem especializados? Ou a Disparidade da Dinâmica do Território da Vale do Ivaí? Ou o Ritmo do Dinamismo do Território? A sociedade pode cobrar as universidades para fazerem estes levantamentos e diagnósticos, mas também terá que cobrar os agentes políticos para agirem na solução dos problemas. Dinheiro tem, basta ser assertivo.


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