terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Metal contra as nuvens

O Brasil ficará melhor sem a presidente Dilma? Ficará, sim. Como diz a música da Legião Urbana: “estes são dias desleais”. Não se trata de uma análise hermenêutica, mas de uma paráfrase. Nosso país passou por muitas turbulências econômicas. Não sofremos com guerras e conflitos de interesses internos e nem externos, mas os ciclos econômicos têm feito muitos estragos para nossa sociedade.

É nítida a insatisfação dos brasileiros com as condições atuais da economia e as expectativas não são das melhores. Teremos tempos difíceis pela frente. Com a abertura do processo de “impeachment” contra o mandato da presidente Dilma é natural que tenhamos reflexos negativos nos indicadores econômicos. A inflação, que tinha expectativa de ser mais branda em 2016, pode extrapolar o teto da meta e o desemprego poderá aumentar, ainda mais.

É certo que a credibilidade do governo é muito baixa, mas ficará pior, pois o investimento estrangeiro poderá ameaçar “ir embora” do mercado financeiro brasileiro e com isto a taxa de câmbio irá subir ainda mais e pressionar a inflação para cima. Para combater esses movimentos o governo terá que aumentar a taxa de juros da economia, o que desacelerará ainda mais o crescimento da economia e potencializará o desemprego.

Realmente são dias desleais. Desleais para com o povo brasileiro que acreditou no “sopro do dragão” aquecendo os ânimos e a esperança. Agora nos vemos com uma nova situação de crise econômica que está arremessando as pessoas para a pobreza.

A população brasileira acreditou em promessas de uma vida melhor e agora estamos vivenciando uma possível reversão social que está nos levando paras as condições econômicas de vinte e cinco anos atrás. Realmente a verdade está assombrando os brasileiros e o que vemos é que o descaso dos agentes políticos e das instituições não nos dão segurança de uma saída sem grandes danos colaterais.

A estupidez está destruindo a esperança e a sociedade brasileira necessita se libertar da dominação de siglas partidárias e de governos de coalizão, pois com isto os agentes políticos se associam somente para ficar no poder e não para conceber políticas públicas para garantir a melhora da qualidade de vida da população.

Mas o brasileiro não aprendeu a se render e, novamente como na música, irá fazer com que o inimigo caia. Neste caso o inimigo é a estupidez dos políticos que não defendem a sociedade, mas somente os seus interesses partidários. Temos que ficar atentos aos movimentos de apoio e de oposição. Esses movimentos devem indicar o interesse em defender a sociedade e não somente de se manter ou de se conquistar o poder. O que estamos vendo é uma luta para isto: os governistas querendo se manter no poder e a oposição querendo assumir. Mas para quê tudo isto? Para o bem da população? Infelizmente não vemos isto nas ações de nenhuma das partes. Está difícil de acreditar que nossos políticos querem o bem da população.

Mas tudo passa, tudo passará. Resta saber o que sobrará para começar a reconstrução de nossa dignidade econômica. A cada movimento político vemos uma eventual melhora dos indicadores econômicos ficando cada vez mais distante. Mas, “minha terra tem a lua, tem estrelas e sempre terá”, por isso temos que acreditar que não demorará muito para acordarmos de nosso sono profundo para dar um basta nesta farra política que estamos vivenciando.

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